O que eu tenho a ver com os Royalties?




Eis o assunto que tem mobilizado o estado e a cidade nas últimas semanas. Hoje, quinta-feira (10) o Rio de Janeiro se mobiliza pela derrubada do projeto de Lei do senador Vital do Rêgo que propõem novos critérios para a divisão dos royalties entre a União, estados e municípios, produtores ou não de petróleo. Macaé, que produz mais e 80% deste produto nacional estará representada em uma manifestação que ainda, apesar de todas as informações divulgadas, precisa ser entendida e exercida por todos.

Impactos, perdas, desenvolvimento, má aplicação e compensações. Todos possuem argumentos, críticas e defesas sobre a aplicação do recurso. Mas infelizmente, ainda, a sociedade de um modo geral não compreendeu que este é um direito do município, independente de gestores e suas administrações. Criticar ou desestimular a mobilização, este exercício de cidadania é manter-se no confortável sofá da demagogia e da mesquinharia política. Sim, pois com a perda desta compensação, o discurso de amanhã será outro: O de pouca mobilização das pessoas de ontem. Ou seja, quem critica, sempre criticará. Independente do momento em que se vive. Quem tem tempo apenas para criticar não tem tempo para se mobilizar. E nisso vão-se iniciativas que poderiam transformar os rumos de uma cidade, o seu desenvolvimento.

Não procuro defender ou criticar gestões. Defendo a derrubada deste projeto. É necessária. É inconstitucional. Quem possui restrições à administração atual, certamente sonha com o seu administrador ideal. Mas teria este, os recursos de hoje para realizar as ações que você espera enquanto eleitor e cidadão? Essa é a questão.

Caso o texto proposto seja aprovado no Senado, ocorrerão perdas de R$ 4,3 bilhões no orçamento de 2012 dos estados do Rio e do Espírito Santo, principais produtores de petróleo. Não é pouca coisa. E sim, Macaé recebe muito por meio de tributos e impostos. Defender a aplicação dos recursos em setores ou ações que julgamos necessárias cabe a nós, enquanto eleitores, macaenses, ou cidadãos. Temos que exigir e cobrar de todas as formas aos nossos gestores. Querer manifestar estas insatisfações por meio de ações favoráveis a retirada desta compensação é burrice e discurso de cidadão explorador, de funcionário de empresa do segmento. Aquele, que só busca o dinheiro da cidade, sem se preocupar em ajudá-la a crescer. E que até hoje cultiva insatisfação por ter que estar aqui.

Dividir os recursos pelo o país não o torna menos desigual. Ao nos despirmos de demagogias e hipocrisias políticas, podemos perceber que os recursos em Macaé foram aplicados. A adesão é necessária. Por Macaé. E este é o único ponto do qual temos a obrigação de concordar.  Nós, de alguma forma temos a ver com esta causa.

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