À espera de um bom atendimento


Chega a ser unânime: Macaé tem um péssimo atendimento. Da lojista do Shopping ao camelô, ali escondido ao lado de um supermercado na Rui Barbosa, todos atendem mal. É claro que essa constatação possui exceções, mas que a maioria dos nossos atendentes são ruins, isto é verdade. E tem dias que, se não estivermos com uma boa paciência ou nos impormos corretamente coisas desagradáveis certamente acontecerão. Dirão alguns: “A culpa é da cidade impactada”. Cidade?  Impactada? Dessa vez não. A culpa é do empregador.

Do empregador que não investe no funcionário, que não valoriza o mesmo e que não seleciona corretamente o perfil adequado para seu estabelecimento. Culpado. Receber um bom atendimento é um direito do cliente e uma obrigação da casa. Diante de uma oferta crescente de mão de obra barata, o contratante prioriza a economia ante o investimento do profissional. E assim esperamos por 45 minutos por um jantar ou pelo final da conversa entre duas atendentes ao telefone dentro de uma loja.

É frustrante ter que sair de casa e ir a um lugar que julgamos ser agradável e nos depararmos com um atendimento mediado, áspero e até mesmo ineficiente. Existem ainda àqueles contratados (e não profissionais) que exigem a sua compreensão pelo mau atendimento. “Hoje eu não estou muito bem”; “Não demorou tanto tempo a sua moqueca, coma um petisco para enganar”. Francamente.

Pensarão os seletivos ou segregadores sociais: “Mas onde freqüento o atendimento é ótimo. Só aqueles que freqüentam lugares comuns são mal atendidos”. Engano. O que acontece nesses lugares é o exercício da arrogância de alguns, que fazem com que o atendimento seja imediato e não adequado. Refiro-me a atendimento, ao interesse em atender, em desejar retornar a um lugar bem atendido. De divulgar aos amigos o bom restaurante, o bom café, a loja agradável.
Quem é bem atendido nem se preocupa em pagar mais. Poucos são os locais que podemos classificar assim em Macaé.

Acredito que a limitação ou a falta de lazer na cidade se justifique por este motivo. O mal atendimento. E em meio a tantas frustrações, muitos preferem garantir sua satisfação em cidades vizinhas ou nos grandes centros. Pelo menos lá a oferta de uma atenção melhor é bem maior. Não é uma particularidade de nossa cidade o mau atendimento. Mas em Macaé, com seu alto padrão de vida e exigências tão fortes, essa carência surpreende.

Exercito meu direito de ser bem atendido saindo desses estabelecimentos. Retorno apenas aos que entenderam a importância de receber. Mas são poucos. E ainda continuo à espera de um bom atendimento.

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