Essas mulheres macaenses e suas atitudes inspiradoras

Na última quinta-feira (10) aproximadamente mil cidadãos macaenses dedicaram o seu dia a enfrentar um trânsito caótico com destino ao Rio de Janeiro a favor de uma causa: A mobilização pelos royalties, contra derrubada do projeto de Lei do senador Vital do Rêgo que propõem novos critérios para a divisão dos royalties entre a União, estados e municípios. Nesse expressivo grupo, as mulheres, sem dívida, eram a maioria. Em se tratando de lutas e mobilizações, a mulher macaense se destaca com uma invejável notoriedade.

Neste dia em especial, duas macaenses se destacaram. Ambas, por atitudes diferentes, mas igualmente marcantes e louváveis: Monica Martelli e Marilena Garcia. A primeira, uma atriz, politizada e nacionalmente reconhecida. A segunda, a atual vice-prefeita da cidade, professora e defensora das mais diferentes iniciativas a favor do município e da mulher. Demonstraram, diante dos olhos de todo o país seus valores, princípios e caráter.
Até o último dia 1º de novembro, Macaé acompanhava a mobilização pelos Royalties com certo afastamento. Em uma semana, Marilena mostrou aos macaenses que luta não pertencia aos órgãos municipais. Mas sim, aos macaenses. E esta postura foi adotada também pelo governador Sérgio Cabral, que pediu aos políticos que não se manifestassem ao microfone durante o evento. A mobilização pertencia aos cidadãos. De todos aqueles que se conscientizaram.

Prefeitos, vereadores, deputados. Todos ao palanque armado no Centro do Rio de Janeiro. E lá embaixo, com a multidão, Marilena Garcia. Mesmo a pedido de seus  assessores,  se recusou a subir. Quem a conhece compreendeu. Ali não era lugar para política e sim para manifestação. Pelo menos para as mulheres macaenses que ali a acompanhavam. Foi assim a mais de 28 anos, quando Marilena e mais de cinco dezenas de mulheres acamparam na Cinelândia a favor dos Royalties para Macaé. História esta que não deve ser esquecida.

Também no palanque estavam artistas e personalidades no estado. Entre eles, Monica Martelli. Ao utilizar o microfone, Mônica, com sua bagagem politizada e atuante, poderia manifestar todas as implicações já divulgadas sobre a repartição dos Royalties e suas perdas. Ali, a macaense procurou destacar a sua origem e seu papel: Cidadã macaense, de uma cidade impactada desde 78, que sofre e sofrerá ainda mais nos próximos anos, onde as mulheres, desde cedo, lideram com sucesso os movimentos verdadeiramente necessários em prol do município. Mônica fez questão de lembrar a luta da qual participou em 85 ao acampar também na Cinelândia. Foi a atitude desta atriz que fez com que os cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, presentes a manifestação, olhassem novamente para Macaé e reconhecer a sua importância no cenário nacional.

A atitude destas duas mulheres diz muito. Mostra que a política séria pode ser feita, inclusive em locais que os políticos visam a politicagem. E também, que o poder do cidadão conscientizado é capaz de mudar e transformar toda e qualquer causa. A diferença aqui é que, em se tratando de cidadãos, as mulheres macaenses são inegavelmente superiores. Suas atitudes não são menos que valorosas e inspiradoras. Mais uma vez, a mulher macaense nos dá uma grande lição de cidadania.

Comentários