Somos
únicos. Capazes de pensar, do livre arbítrio, sociáveis e incrivelmente
inteligentes. De realizar coisas
magníficas e ao mesmo tempo, assustadoras. E é nesse contexto que se concentra
a principal problemática na qual vivemos atualmente. Passamos a acreditar sermos
capazes de tudo, sem medirmos conseqüências e resultados. Ao não olharmos o
futuro dessas ações, nós, de alguma forma preparamos morbidamente a nossa
sentença. Responsáveis pelo efeito estufa, da poluição e da escassez da água.
Este último, nosso maior bem.
Quando analiso a afirmação do texto “Haverá um dia em que o homem beberá as águas de suas lágrimas para matar a sua sede” acredito de tratar de uma das mais graves previsões que nós poderíamos contestar. Nela, é possível perceber todo o individualismo sinergético que a humanidade produziu até o momento. Suas causas, efeitos e erros, que atestam o quadro mundial atual.
Em
níveis sociais, políticos e econômicos. Funciona assim: Primeiro eu, depois o
meu grupo, minha comunidade e meu estado. A coletividade passa a ser uma moeda
de troca e a necessidade de poder, somado a inconseqüência e a falta de consciência
com o seu ambiente, criou, com o passar dos anos, uma crítica situação, da qual
só as lágrimas é que poderão sanar nossa sede. Literalmente e filosoficamente
destacando.
E
a Água é o melhor exemplo para descrever o nosso comportamento com o Meio Ambiente,
nossas relações sociais e coletivas. Não apenas em nossa comunidade, mas sim
como um todo, o planeta. Nossa relação com a água, o problema que passaremos a
enfrentar com sua escassez, reflete o que a humanidade fez consigo mesma em todos
esses séculos.
Temos
apenas 1/3 dela disponível, 3% de toda água no planeta é doce. Durante anos,
tivemos a ilusória idéia que a água era infinita, o que nos levava, assim como
outros recursos naturais, à sua não preservação e sua sustentabilidade. Hoje, a
água passou a ser tratada, (de forma prematura) como um precioso produto. Como
o petróleo. Ou, como acreditam muitos, maior ainda. Sendo assim, não estará
longe o dia de vivenciarmos períodos de guerras pelo seu controle e exercício
de poder.
Certas
citações e afirmações não podem ser levadas como premonições. Mas sim, como
alertas de nossas ações, caso não sejamos inteligentes a ponto de reverter o
rumo dos acontecimentos. A humanidade, cruelmente, tende a ser mais humana
quando se vê em perigo. Em nossa história, as tragédias unem povos e nações, as
pessoas. Por que então não evitarmos o que já sabemos, e caminhemos para uma
nova realidade. Aquela em que a coisa certa a ser feita, por mais que seja
difícil, não nos deixe apenas lágrimas a nos saciar.
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