A necessidade de se identificar um bom político



A Deputada Federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), foi inocentada na última terça-feira (30) do processo de cassação iniciado após uma gravação em vídeo, onde Jaqueline, na época, candidata ao cargo, aparece recebendo dinheiro do operador do esquema de propina no governo do DF, Durval Barbosa. A decisão só aumentou nossa insatisfação quanto à corrupção, reforçando ainda mais a imagem negativa dos políticos a ponto de nos questionarmos: Onde podemos buscar o reverso desse quadro? È possível, nos dias de hoje identificar um bom político?

Vivemos uma reformulação política, onde seu conceito é amplamente questionado, onde as relações políticas ganharam contornos pessoais, e não sociais. Ser político ou estar associado à política, de alguma forma parece equivocado, manobra de ascensão social ou financeira.   Ao associarmos qualidades a palavra “político”, ouviremos as seguintes características: Safado, ladrão, corrupto, traidor, entre outras negativas. Falar mal de político se tornou uma espécie de reflexo condicionado.

A questão nesse caso é perdermos o diferencial, o senso critico para observar e apoiar aqueles que realmente desempenham algo em prol da população e do desenvolvimento de sua região. Toda a confusão provocada pelos escândalos, somados a necessidade da imprensa em  banalizar o assunto para ter mais ferramenta a explorar, nos afastou do exercício da critica e da importância de saber, acompanhar e exercer nosso papel dentro da política. Seja enquanto cidadão seja enquanto eleitor. “Político é ladrão”.Pronto.  Está sentenciado.

Perdemos até nosso senso de julgamento. Nas últimas semanas, uma matéria dominical tinha como objetivo avaliar o modo como a presidente Dilma Rousseff se relaciona com seus assessores. Um dos entrevistados chegou a dizer que ela poderia se comprometer politicamente se continuasse com seus modos repreensivos no planalto. Com quatro ministros exonerados por denúncias de corrupção a presidente está até diplomática no assunto.

Na política, a omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós. Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida. Vivemos com a família, relacionamos com as pessoas da comunidade, na escola e no trabalho. E nesses setores sabemos desempenhar nosso papel político. E muito bem. Por que o mesmo não ocorre o mesmo quando se trata de um político?

Os fatos já falam por si. Vídeos gravações e entrevistas facilitam nossa avaliação ao mau político. O que precisamos agora é criar conceitos e senso de julgamento para escolher o bom político, aquele que mereça o nosso apoio. E não colocarmos todos em um grande saco de características negativas e nos acomodarmos em nosso exercício de cidadania. Precisamos julgar, com o mesmo emprenho com o qual criticamos os maus políticos, os bons. Por que sim, eles existem.

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